Um manifesto com o nome Carta Declaratória sobre a Prospecção e Exploração de Petróleo e Gás no Juruá, elaborada por várias entidades de classe e da sociedade, foi entregue a empresa GeoRadar responsável pela prospecção de gás e petróleo na região, a Agência Nacional de Petróleo, ao Governo do Estado do Acre e demais instituições envolvidas nesse processo.
Com o manifesto os povos indígenas afirmam que não foram consideradas, nas reuniões de informação e de consulta a população da região, pontos que seriam de extrema importância para discutir os riscos e benefícios dessa prospecção de forma bem transparente. Eles querem esclarecimentos sobre os reais impactos ambientais, sociais e culturais, diretos e indiretos, nos territórios, nas populações indígenas e populações tradicionais. Os indígenas pedem ainda a intervenção direta dos órgãos ambientais (IBAMA, ICMBio, SEMA e IMAC) e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual para que se façam respeitar a legislação e as salvaguardas ambientais relativas à prospecção e à exploração de petróleo e gás, socializando e divulgando os relatórios relativos às fiscalizações e ao cumprimento dos condicionantes do licenciamento.
A carta é assinada pela Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPIAC), Associação Apiwtxa do Rio Amônea, Associação do Povo Arara do Igarapé Humaitá – APAIH, Associação do Povo Indígena Nukini da República – AIN e representantes das Terras Indígenas Nukini, Kaxinawá do Rio Jordão, Campinas/Katukina, Kaxinawá da Praia do Carapanã, Rio Gregório, Kaxinawá/Ashaninka do rio Breu, Cabeceira do Rio Acre e Arara do Igarapé Humaitá.
Francisco Gomes, de Cruzeiro do Sul
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