Obras do PAC para periferia do Acre contratadas a partir de 2007 ainda não foram concluídas

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Jairo Carioca – da redação de ac24oras
carioca.ac24horas@gmail.com

Parte das obras planejadas para a região periférica de Rio Branco e contratadas a partir de 2007 pelo governo do Acre ainda não foram concluídas. É o que diz o relatório apresentado pelo Ministério do Planejamento. Segundo o documento, até 2011, cerca de R$ 58 milhões em obras de urbanização e provisão habitacional foram contratados pelo Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) do governo federal, somente para o município de Rio Branco, onde se concentra mais de 50% da população.

Mesmo com todo esse volume de recursos os serviços contratados para melhorar as condições de habitação e mobilidade, principalmente na região alta de Rio Branco – bairros Eldorado e Vitória – não foram concluídos. No mapa de obras em andamento constam investimentos para o bairro Palheiral, na Baixada da Sobral, orçados em R$ 5,1 milhões.

O órgão responsável pelos convênios é o Ministério das Cidades. Somados todos os recursos para investimentos em obras de infraestrutura como drenagem, abastecimento de água, esgotamento sanitário e iluminação pública para essas três regiões, somam mais de 47 milhões de reais. Outros 11 milhões de reais não estão detalhados, apontam investimentos nos setores norte e oeste da cidade de Rio Branco. Totalizando 58 milhões.

Ainda de acordo o Ministério do Planejamento, o governo do Acre é responsável por 95% da execução das obras do PAC I e II. Outros 5% são contratados pelo município. Mas como governo e prefeitura são do mesmo partido, nas ruas, o morador tem dificuldades de identificar quem está executando os programas. Placas do programa Ruas do Povo misturam-se na sinalização dos serviços de infraestrutura urbana.

Mas não precisa ser nenhum engenheiro para identificar a falta de qualidade nas obras executadas com recursos federais. Morador do bairro Vitória há 5 anos, Geildo da Costa conta que na Rua União, depois que a empresa pavimentou, outra equipe veio e abriu uma vala que até hoje atormenta a vida dos moradores.

“Isso aqui alagava até dentro das nossas residências. A última vez que eles vieram fazer reparos foi perto das eleições em 2012 e nunca mais” conta o morador.

Um buraco aberto pela empresa JM para resolver a situação de drenagem foi abandonado. Sem sinalização, a cratera não pode ser fechada por que corre o risco das águas alagarem novamente as casas.

“Enquanto ninguém resolve nada, fica ai o perigo para as nossas crianças”, acrescentou Geildo.

Várias ruas deixaram de ser concluídas. A Rua Tupi Guarani, na entrada do bairro Vitória, até no período de verão apresenta dificuldades para a trafegabilidade dos moradores. Na região nem parece que foram investidos recursos para melhorar as condições de habitação e mobilidade. Lugares onde as obras foram concluídas a pouco mais de três anos, a situação também é de abandono.

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SOBRE O PAC

O PAC foi lançado em janeiro de 2007 no início do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi considerado o carro-chefe do segundo mandato de Lula. O PAC teve como principal coordenadora a presidente eleita, Dilma Rousseff, que era, na ocasião, ministra-chefe da Casa Civil. Lula chegou a chamar Dilma de “mãe” do PAC em eventos públicos.

O OUTRO LADO
Procurado técnicos da Secretaria de Obras do município ficaram de fazer um levantamento das obras já concluídas. No governo do Acre ninguém foi autorizado a falar sobre o assunto. O ex-secretário de obras, Wolvenar Camargo foi preso pela Operação G-7 e recentemente foi exonerado do cargo pelo governador Sebastião Viana.