Movimento grevista do município quer redução de gastos com a máquina pública

Jairo Carioca – da Câmara Municipal de Rio Branco
carioca.ac24horas@gmail.com

Em sintonia com as principais reivindicações que ganharam as ruas do país nos últimos dias, o movimento grevista do município de Rio Branco foi até a Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (10) levando como principal pauta a redução de gastos do executivo com a máquina pública. Por ano, cerca de R$ 30 milhões são destinados ao pagamento de cargos comissionados. Os representantes sindicais também pediram redução dos salários dos secretários municipais. O reajuste solicitado pela categoria é de 12% cifras que eles acreditam alcançar com um choque de gestão na Prefeitura de Rio Branco.

Recebidos na galeria Edmundo Pinto, os sindicalistas apresentaram a lista de reivindicações pautadas com o prefeito. Entre elas, a de resíduos do FGTS, a sexta parte na remuneração, insalubridade, gratificações, isonomia de médicos e dentistas e o PCCR do Saerb e da Emurb.

Para o sindicalista José Augusto, existe margem para negociação salarial antes de setembro. Segundo dados do Portal Transparência trazidos pelo movimento, nos últimos quatro meses os gastos com folha de pagamento do município alcançaram a casa dos 44%.

“Portanto existe margem para negociar antes de setembro quando serão feitos os últimos reajustes do PCCR”, disse José Augusto.

Outro sindicalista que se manifestou foi o presidente do Sindicato dos Profissionais e Técnicos em Enfermagem (SPATE), Raimundo Correia. Ele disse que o servidor público está cansado de mendigar aumento e de em contrapartida assistir o executivo aumentando o próprio salário e o salário dos secretários.

“Um técnico em enfermagem de Rio Branco recebe menos do que um técnico da cidade de Capixaba, será que se reduzisse os gastos com cargos comissionados o prefeito  não poderia conceder aumentos aos servidores?”, questionou Raimundo.

Raimundo também criticou a Mesa Diretora da Câmara Municipal que na sua visão, atrasou para receber o movimento grevista. “Eles querem matar a gente no cansaço”, destacou.

Na pauta conjunta, os sindicalistas cobram mais transparência. Na próxima sexta-feira, uma assembleia unificada deverá deflagrar greve geral por tempo indeterminado.

O outro lado

O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Gabriel Forneck (PT) ficou irritado com as críticas do movimento e disse que o culpado pelo aumento de salários de secretários foram os vereadores da legislação passada. Forneck disse que não houve aumento do número de cargos comissionados.

“O prefeito vem cumprindo com os compromissos assumidos com a categoria, inclusive de implantação do PCCR”, disse o vereador.

O líder do prefeito não falou de encaminhamentos de nenhuma pauta colocada pelos sindicalistas e nem sobre a redução dos gastos com a máquina pública.