O presidiário Paulo dos Santos Rocha, 20 anos, morreu dentro de um avião que estava à serviço do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), em Cruzeiro do Sul, na tarde da última quinta-feira, 24. No atestado de óbito o motivo da morte foi insuficiência cardio respiratória aguda, mas a família alega que houve negligência médica, já que o rapaz viajava em um avião sem assistência médica e sem aparelhos respiratórios.
Segundo os familiares, há algumas semanas o detento começou a perder os movimentos das pernas, e foi levado ao hospital por várias vezes. Na quinta-feira foi encaminhado para ser avaliado em Rio Branco, após a suspeita de problemas neurológicos e a falta do profissional apto para realizar a avaliação no município.
“Lá no aeroporto ele já estava passando mal com falta de ar, eu esfregava o peito dele para ver se passava, e mesmo assim eu ouvi o médico dizendo no telefone que ele estava bem, que poderia viajar. No avião ele deu duas respiradas bem forte e na terceira já não conseguiu mais respirar e morreu, isso não tava nem com cinco minutos de voo”, diz Raimunda Nonata, mãe do rapaz.
Paulo dos Santos estava preso desde o dia 26 de setembro deste ano no Presídio Manoel Nery da Silva cumprindo pena por tráfico de droga.
Sesacre diz que o quadro de saúde era estável
O coordenador regional da Secretaria de Saúde Estadual, Charles André, explicou que o paciente passa por dois médicos para poder ser encaminhado pelo TFD, sendo o médico regulamentador, que encaminha o paciente para o tratamento e o médico autorizador que avalia a situação do doente e diz se é necessário um avião com atendimento médico ou um avião simples.
Ele ainda disse que o avião que transportava Paulo Rocha havia sido fretado para realizar o transporte de uma criança do município de Porto Walter para Cruzeiro do Sul, e como a aeronave voltaria vazia, aproveitaram para encaminhar o jovem e uma outra paciente que necessitavam de tratamento em Rio Branco.