Sibá Machado desabafa e afirma que foi criado um ambiente de exclusão dentro do PT do Acre

Sibá Machado quer mudanças no PT do Acre
Sibá Machado quer mudanças no PT do Acre

As articulações dos candidatos que disputam o comando do diretório regional do Partido dos Trabalhadores (PT), no Processo de Eleições Diretas (PED), segue a todo vapor. O deputado federal Sibá Machado, que disputa a presidência da sigla se reuniu com seus apoiadores neste final de semana para definir estratégias para última semana de campanha da eleição que acontece dia 10 de novembro.

O processo eleitoral interno petista está acontecendo de forma conturbada. No ciclo de debates que envolve as duas chapas as discussões políticas chegaram a ceder espaço para a troca de agressões entre os simpatizantes de Sibá Machado e do candidato do Palácio Rio Branco, Ermício Sena, que conta com o apoio do temido assessor especial, Francisco Nepomuceno, o Carioca.

Sibá Machado diz que seu objetivo é resgatar a história política do PT e reaproximar a legenda dos movimentos populares. Para ele foi criado um ambiente de exclusão dos filiados das decisões internas. “A velha guarda petista que foi às ruas para que a legenda saísse da marginalidade, mas foi esquecida depois que o PT se tornou o maior partido em atividade no Acre”.

Segundo Sibá Machado, o PED simultâneo, em nível nacional, estadual e municipal está unindo três chapas em torno de sua candidatura. “Taumaturgo Lima e Júlia Feitosa retiraram suas chapas com o propósito de promover a unidade e a construção de um elo entre o passado e o presente apontando para o futuro, onde o partido é um construção de todos”, diz Sibá Machado.

Para Machado, a eleição do próximo ano será uma das mais difíceis. “Sempre tivemos disputas equilibradas, com exceção de 2002, que o PT teve uma votação elástica. Neste mesmo período, o partido elegeu sete deputados estaduais, três deputados federais, 12 prefeitos e 60 vereadores, além de manter a hegemonia no Senado, mas tudo isso foi se perdendo ao longo dos anos”, enfatiza Sibá.

O deputado afirma que o PT se afastou de suas bases e perdeu um importante espaço nas comunidades e bairros. “Nós estamos querendo resgatar tudo isso. Estes filiados da velha guarda que nos apoiam foram às ruas e construíram uma história que não pode se perder. Queremos fazer uma direção colegiada, tirando a visão presidencialista exacerbada das decisões”, destaca.

O objetivo do petista é chegar em 2016, com 10 mil filiados. Atualmente, o partido teria pouco mais de 3.200 filiados no Estado. “Quero construir um PT para todos e resgatar a história política do partido. Vamos ter paridade nos espaços para homens e mulheres. Outro desafio é filiar mil jovens em 2014, para promover ama renovação segura”, afirma Machado.

Sibá Machado finaliza dizendo esperar que no dia 11 de novembro, após a disputa do PED, os filiados do PT possam fazer um gesto de união. “Não pode ter entre nós a figura do ganhador e do perdedor. Formando este bloco, nós vamos construir novamente o conselho político da FPA para discutir os rumos, garantir a palavra divergente e manter o respeito a diferença de pensamentos”.

O deputado federal Taumaturgo Lima (PT), disse que “Sibá e nosso grupo não estão contra os irmãos Viana. Nós queremos fazer mudanças no partido para que a legenda combata os adversários, não os companheiros de partido. Foi na época que Sibá ocupou a presidência do partido que tivemos o maior crescimento. Nossas divergências são internas, e não vai atingir a aliança que temos para eleger nossos representantes”.

A candidata à presidência do diretório municipal do PT, em Rio Branco, Júlia Feitosa acredita que a proposta de fazer uma direção colegiada e com maior participação dos filiados é uma verdadeira demonstração de democracia partidária. “Precisamos rearticular os grêmios estudantis, os movimentos de jovens e voltar a organizar e envolver às pessoas nos movimentos de bairros, além de ampliar a participação das mulheres”

O deputado estadual Jonas Lima, que foi o pivô de uma das crises de bastidores do PT, afirma que chegou a ser convidado pelo grupo de Carioca, para se retirar do partido. Ele é um dos coordenadores da Democracia Socialista (DS), que apoia Sibá Machado. “Fui convidado a deixar o PT, mas não vou sair. Vamos trabalhar com afinco até o dia 10 para garantir nossa vitória. Este será o triunfo da democracia sobre uma ditadura branca que querem implantar nas fileiras petistas”, dispara Lima.