A derrota de alguns candidatos da base aliada ao governador Sebastião Viana (PT), continua repercutindo nos bastidores da Aleac. O oposicionista Major Rocha (PSDB) afirmou durante pronunciamento nesta terça-feira (14), na tribuna da Casa, que os cardeais petistas teriam realizado um tipo de jogo para eliminar o PCdoB e alguns partidos “aliados/indesejados”, nas eleições deste ano.
Segundo o tucano, o alto clero petista contava em liquidar a fatura reelegendo o governador petista ainda no primeiro turno. “O governador e seus conselheiros não contavam que a oposição conseguisse levar a disputa para o segundo turno. Um dos partidos mais prejudicados foi o PCdoB que foi praticamente varrido. O PEN foi outra partido que foi extinto por Sebastião Viana”, diz Major Rocha.
As declarações de Rocha caíram como uma bomba na base aliada do PT. Na primeira sessão, após a divulgação do resultado das eleições, alguns deputados lamentaram a derrota, deixando nas entrelinhas dos pronunciamentos, que teriam sido prejudicados pela estrutura que os ex-secretários disponibilizaram, mas mudaram de ideia, depois que conversaram com o governador petista.
Para Major Rocha, o petista Sebastião Viana estaria comprando apoio fiado. Ele afirma que seus colegas de parlamento transformaram as galerias e salas da Aleac, num muro de lamentações, “mas diante do canto da sereia, que paga apoio com dinheiro público, resolveram voltar atrás, o único problema é que Sebastião Viana está comprando apoio fiado. Se ele não ganhar, como fica?”, questiona.
O comunista Eduardo Farias retrucou o tucano: “respeite primeiro o PCdoB. Nós ainda somos FPA, porque ainda é o melhor projeto. O povo no dia 26 vai reconduzir o governador Sebastião Viana”, disparou o comunista que ficou sem mandato. Farias foi derrotado, juntamente com Moisés Diniz, para deputado federal e Perpétua Almeida, para o Senado da República.
O líder do PT, Geraldo Pereira também entrou no debate sobre a suposta traição do PT aos parlamentares da base de governo. O petista que resolveu não concorrer à reeleição, contra-atacou Rocha, questionando o projeto de mudança proposto pelo PSDB. Pereira acredita que em todas as oportunidades que os partidos de oposição voltaram ao poder, decepcionaram os eleitores.
“Aqui no Acre, já pregaram mudança e mudou pra pior. O argumento era vamos mudar, choraram na televisão e aí a cidade de Rio Branco pagou e pagou muito caro no final dos anos 90. Em 2002, tinha o argumento que era pra continuar e mais uma vez rio branco gemeu de dores. Em 2004 vencemos as eleições, o vice-prefeito era Eduardo Farias”, diz Pereira, que se despede da Aleac este ano.