Cerca de 90 tubos de coletas de exames quase se estragaram na manhã da última quinta-feira (21) no município do Bujari, distante 23 km de Rio Branco. O carro da secretária de saúde não tinha combustível para realizar o transporte das amostras biológicas. O caso foi descoberto com o pedido de exoneração protocolado pelo secretário de saúde, Celso Camelo, protocolado na última sexta-feira.
Camelo pediu para sair do cargo alegando que o executivo deixa de cumprir duas leis: a municipal, nº 74 de 17 de julho de 1995 e a lei complementar nº 141 de 13 de janeiro de 2012. Ambas estabelece que o fundo municipal de saúde fica subordinado diretamente ao secretário municipal de saúde.
“Quem diz o que vai comprar e pagar é o prefeito, até o combustível dos carros é ele quem determina, somos marionetes em suas mãos e no final, a assinatura eletrônica é do secretário”, afirma Camelo.
Ainda de acordo o ex-secretário, na última quinta-feira (21) o prefeito participava de uma festa em comemoração ao seu aniversário e não atendeu as ligações feitas pelo diretor do Posto de Saúde onde são coletados os exames.
“Eu mesmo liguei para ele mais de dez vezes e ele não atendeu. É o único que autoriza abastecimento. O material só não estragou porque eu tenho responsabilidade com a vida e dei meu jeito” acrescentou Camelo.
Camelo é vereador pelo PRB, volta essa semana para a Câmara Municipal e vai representar o prefeito Tonheiro Ramos pelo não cumprimento das leis municipal e federal. Há informações de que a filha do prefeito, Tamires Ramos, seja a nova secretária de saúde.
“Agora eu vou trabalhar para mudar esse quadro no município do Bujari, trago para a Câmara a minha experiência como secretário e vou enquadrar o prefeito nos artigos da lei”, assegurou o vereador.
O OUTRO LADO:
A reportagem ligou para a Prefeitura Municipal de Bujari, mas segundo a atendente, o prefeito não se encontra em seu gabinete na manhã desta segunda-feira. O telefone celular de Tonheiro *903 *013, encontra-se impossibilitado para receber chamadas.