O advogado Aristides Junqueira, que defende o governador do Acre, Sebastião Viana, nas investigações da Operação Lava Jato, foi indicado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 18, para ocupar uma vaga de ministro substituto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A indicação de Aristides Junqueira gerou uma extensa discussão no plenário da Corte e por pouco não foi adiada a votação da lista tríplice, em virtude do envolvimento do advogado com o governador petista suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção da Lava Jato.
Além do advogado de Sebastião Viana concorrem outros dois os advogados Admar Gonzaga e Sérgio Silveira Banhos. Na votação dos indicados, Aristides Junqueira foi o menos votado, com nove votos, enquanto que seus concorrentes receberam 11 votos cada. O nome do futuro ministro substituto do TSE será definido pela presidente Dilma Rousseff.
Sebastião Viana é investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde foi citado nas delações da Lava Jato pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou o repasse de R$ 300 mil dados como “auxílio” à sua campanha eleitoral de Tião Viana para o Senado em 2010. Sebastião diz que a doação foi registrada e “não tem nada de ilegal”.
O ministro Marco Aurélio disse não ter “a maior admiração” por Aristides, mas quis adiar a votação para confirmar se ele era mesmo advogado na Lava Jato. Questionado se havia alguma resistência a ele pelo fato de atuar no caso, o ministro disse:
“É incompatível, ao meu ver. Na minha ótica, as duas qualificações são incompatíveis. Eu apreciaria a conveniência de indicar ou não. Afinal, o leque é muito grande de pessoas que podem ser indicadas ao TSE. Não estamos numa escassez de nomes”, afirmou Marco Aurélio.