“Armaram um esquema criminoso usando terceiros para negociação de madeira e lavar dinheiro”, denunciam extrativistas da Reserva Chico Mendes

Os extrativistas da Reserva Chico Mendes, em Xapuri, cidade distante 188 km da capital, protocolaram uma petição no Ministério Público Federal (MPF) denunciando o plano de manejo comunitário. De acordo com eles, “armaram um esquema criminoso usando terceiros para negociação de madeira e lavar dinheiro”, apoiado em programa de manejo florestal desenvolvidos pelo governo do Acre, que teria como principal objetivo a preservação da floresta.

O documentos foi apresentado pelo deputado Luiz Gonzaga (PSDB), na manhã desta quarta-feira (2). O tucano destaca que os moradores da Reserva Chico Mendes estariam revoltados com alguns benefícios que foram negociados para retirada de madeira certificada, mas não teriam sido cumpridos. Outra denúncia é que é sobre o desmatamento ilegal. “Estão desmatando, derrubando a floresta na reserva, aquela que já foi a menina dos olhos dos governos petistas”.

Segundo os denunciantes, o governo do Acre prometeu que os ramais seriam melhorados, mas estariam piores que antes do início da retirada da madeira da reserva. “Nas áreas onde estão retirando a madeira, não existe nenhuma fiscalização, derruba-se leva-se o bem quiseram da madeiras de proibição nacional a outras permitidas, não houve redução do desmatamento, pelo contrário, piorou”, diz a petição protocolada no MPF.

“Estão desmatando, derrubando a floresta na Reserva Chico Mendes, não tem nenhuma fiscalização pelos órgãos ambientais estatais. O governo e os executores do projeto de manejo florestal prometeram pagar R$ 60 pelo metro cúbico, quando estão revendendo a R$ 1,2 mil – ainda descontam no pagamento, os supostos benefícios dos ramais e dos açudes que não foram construídos como parte do acordo para retirada da madeira das propriedades”, denuncia Gonzaga.

O extrativistas da Reserva Chico Mendes solicitam que o MPF responsabilize o governo do Acre, “como agente político, na chefia do Poder Executivo estadual não deve se dar o luxo de causar prejuízo à sociedade, principalmente danos ambientais e ficar isento das suas responsabilidades”. Eles pedem ainda que seja aberta uma ação civil pública para apurar responsabilidades do governo, órgãos afins e Cooprefloresta por danos ambientais causados a Reserva Chico Mendes.

A petição solicita que sejam imediatamente paralisadas todas as atividades de retirada de madeira nas áreas da reserva; que seja providenciado estudo de impacto ambiental nas áreas devastadas no chamado plano de manejo; que identificado danos, sejam os responsáveis condenados a ressarcir os prejuízos causados; que sejam tomadas as providências judiciais cabíveis para responsabilizar os infratores administrativamente.