A greve dos bancários chega nesta terça-feira, 20, ao 15º dia de movimento. Com as portas fechadas, mantendo apenas os caixas eletrônicos e serviços internos com somente 30% do efetivo, os bancos acarretam sérios transtornos à população. Os trabalhadores paralisaram as atividades no dia 6 de outubro.
Para quem foi buscar atendimento pessoal, voltou para casa sem nada resolver, e até mesmo para quem foi apenas sacar valores no autoatendimento, teve que enfrentar longas filas. Numa agencia da Caixa Econômica Federal (CEF), o Serviço de Proteção ao Consumidor do Acre (Procon/AC) precisou atuar para que os serviços legais fossem mantidos e os clientes não fossem prejudicados.
“A gente chega na agencia, e sabe o que encontra? Uma fila enorme. Tudo bem que querem fazer a greve, isso é até um direito, mas precisa também abrir as portas e manter o mínimo do atendimento, pelo menos um caixa, para serviços com valores maiores. A gente acaba ficando prejudicado. Vi na televisão que o Procon tá tomando providencias (sic)”, comenta Alda Marinho, cliente da Caixa.
Nesta terça, Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, informou a reabertura de negociação com a Federação Nacional dos Bancos, a Fenabran.
“Nós temos que continuar mobilizados, com unidade, para mostrarmos que a gente continua indignado e que quer, com a força da greve, dobrar a intransigência deles. Além da reposição da inflação e do ganho real, queremos reposição de emprego, segurança para trabalhar nos locais de trabalho, com saúde, igualdade de oportunidade”, reforçou o sindicalista.
LUCROS DOS BANCOS
Os bancos culparam a crise para justificar a pior proposta que apresentaram aos trabalhadores nos últimos anos: reajuste de 5,5%, muito abaixo da inflação do período de 9,88% (INPC). Mas esqueceram de mencionar que, mesmo com o baixo desempenho da economia brasileira, eles vão muito bem: os cinco maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) alcançaram, juntos, o lucro de R$ 36,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Nossa expectativa é os bancos saiam daquela linha de um reajuste muito abaixo da inflação com abono, pois sabemos que é prejudicial para a carreira dos bancários e das bancárias. Nós queremos a reposição da inflação, mais ganho real. Isso é o que os bancários e bancárias, que estão há 15 dias de greve, desejam hoje”, conclui Roberto von der Osten.