As crises não surgem do nada, nem por combustão espontânea

Luiz Calixto

Calixto_capa300x350As crises não surgem do nada, nem por combustão espontânea.

Sem exceções, suas causas estão vinculadas  a um paiol de  atos de  irresponsabilidade fiscal, que faz a alegria de muita gente e rende  carradas de votos.

Aliás,  antes  mandá-lo  arder no inferno,  governos irresponsáveis sempre fazem uma rápida escala com o povo  pelo paraíso.

Todo mundo sabia que os festivais de isenções fiscais de IPI para carros, linha branca de eletrodomésticos, etc .,  quebrariam governos e prefeituras.

No período das vacas gordas, a  União só “fez graça” com os impostos cuja arrecadação é  obrigada a repartir.

Àqueles que tem noções básicas de economia sabiam que o controle artificial dos preços e tarifas públicas era uma armadilha pronta para disparar a qualquer instante.

Enquanto o governo voava nas asas da  popularidade proporcionada pela generosidade  fiscal, a oposição ficava de mãos atadas , pois ser contra aquilo que o povo está gostando  além de antipático , tira muitos votos.

No Acre não foi diferente.

Muitas bobagens e traquinagens  foram feitas enquanto nadávamos nos rios de dinheiro dos empréstimos e repasses.

Chegamos ao cúmulo gastar uma fortuna apenas para satisfazer os desejos da trinca petista  Aníbal Diniz-  Jorge Viana- Binho Marques  de apresentar o Acre como uma opção para sediar a Copa do Mundo.

Com dinheiro “no balde” e um bando de irresponsáveis no comando,  fácil deduzir que o fim do Acre seria a quebradeira.

Pois bem.

O Acre está trincado e o remendo é difícil.

O  próximo governo comerá o pão que o atual  amassou.

Fornecedores e prestadores de serviços vivem o pesadelo sem fim de não receberem suas faturas, tal e qual acontecia nos piores governos do passado.

A “grife” petista de manter o pagamento do funcionalismo em dias está por um fio.

Um deslize qualquer na receita corrente e o estrago estará feito.

O mais grave é que o atual governador parece  estar “assobiando e andando”  pra enfrentar  crise, pois, até o momento, nenhuma medida de ajuste e de contenção de gastos   que mereça respeito e crédito  foi posta em prática.

*Luiz Calixto é servidor público e ex-deputado estadual.