“Teje” preso

Luiz Caxlito

Nunca na história desse país um povo desejou tanto a prisão de um ex-presidente.

Nem nos tempos descoloridos por Fernando Collor havia tanta indignação.

E por qual razão a brava gente brasileira está reagindo dessa maneira contra um “ líder” cuja popularidade, dizia-se, ultrapassava às nuvens?

Por que grande parcela da população brasileira quer ver Lula e outros astros petistas atrás das grades?

A resposta é simples: por muito tempo os petistas se apresentaram com a autoridade moral da Madre superiora mantenedora de um convento.

Por mais de uma década não fizeram outra coisa senão tentar dividir os brasileiros entre um exército do bem e uma facção do mal.

Bastava um negro desempregado manifestar sua opinião contra o PT para este ser rotulado como legítimo representante da “elite de olhos azuis”.

Os companheiros estufavam o peito como professores da ética e da moral.

Entretanto, como “ quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”, em pouco tempo de poder, os companheiros passaram a chafurdar no chiqueiro da corrupção. E gostaram.

O moralismo cedeu lugar a semvergonhice.

O convento dos bons costumes foi demolido e no lugar erguido um bordel de crimes inconfessáveis.

A corrupção tradicional do enriquecimento sem causa se transformou no enriquecimento por uma causa.

Explico melhor: o que era uma ação isolada entre um agente público e um interessado nas mamatas estatais passou a ser o meio utilizado institucionalmente por um grupo para arranjar muito dinheiro com a finalidade de permanecer no poder.

No caso do Acre desses exemplos dessa natureza tem-se aos pacotes.

Eles não se importam se estão lambuzados com a gosma da corrupção. O importante para eles é que estão por cima da carne seca.

O povo se move por essa indignação.

De certa forma, dá prazer ver os professores da ética colando grau com algemas nos punhos.

Falta, todavia, a ação do japonês da federal contra o nº 1, que sabe de tudo e diz que nunca soube de nada.

Calixto_DD

*Luiz Calixto é economista,
foi deputado estadual por
três mandatos e atualmente
é Auditor da Receita estadual.