Nova Central Sindical protesta contra artigo da revista Veja

A Nova Central Sindical de Trabalhadores dos Estados do Acre e Rondônia – NCST/AC-RO, entidade que congrega 17 (dezessete) sindicatos das mais variadas classes de trabalhadores, vem a público para repudiar veementemente o artigo publicado na revista Veja, subscrito pelo jornalista Cláudio de Moura Castro, no qual de forma repugnante o jornalista ataca todos os professores e professoras de nosso país, em uma atitude que claramente tem o objetivo de desqualificar o honrado exercício da docência.

Sem qualquer base científica, mas se dizendo embasado em pesquisas e estudos que ele não realizou e nem mesmo cita as fontes, o jornalista da Veja, tenta levar o leitor a acreditar que o profissional da educação no Brasil recebe altos salários, muitos benefícios, trabalha bem menos que os demais trabalhadores, apresentam baixos índices de eficiência e ainda por cima oneram os cofres públicos.

Pois bem, dados extraídos do último mês da Pnad-IBGE revelam que a remuneração média do magistério com formação em nível superior, no Brasil, equivale à metade da dos demais profissionais com mesmo nível de escolaridade. Da mesma forma, no contexto internacional, a OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (denominado Education at a Glance 2014) aponta que o Brasil possui o penúltimo salário, quando comparado com outros 36 países do globo, ficando à frente apenas da Indonésia. Essa mesma entidade ainda afirma que o Brasil tem a maior relação de estudantes por sala de aula (29 na média) e a maior jornada efetiva de trabalho de professores em sala de aula. Por último e corroborando com os estudos supramencionados, o Instituto Data Popular realizou pesquisa (2015) revelando que 85% da população brasileira considera que o exercício do magistério é mal remunerado no Brasil.

Não por acaso, assistimos a esse desprezível ataque às professoras e professores brasileiros coligado com as estratégias do Presidente Interino Michel Temer para aprovar no Congresso Nacional o PLP 257/2016 e a PEC 241/2016, os quais visam suprimir direitos e garantias dos servidores estaduais e federais, inclusive congelando salários, além de contingenciar os investimentos na educação, saúde e segurança, medidas estas que podem chegar a um período de até 20 anos.

Fica muito evidente que a revista Veja está aliada ao Governo provisório de Temer em ações que objetivam o total desmantelamento do estado social brasileiro, através do retrocesso dos direitos dos trabalhadores e do sucateamento dos serviços públicos. Isso com o único objetivo de, após a total precarização dos serviços de educação, saúde e segurança, promover a privatização dos mesmos.

A Nova Central Sindical de Trabalhadores e seus sindicatos filiados trabalham diuturnamente para combater essas manobras escusas tanto do Governo provisório quanto de veículos de comunicação irresponsáveis, como se mostra a revista Veja. Por conseguinte, reiteramos a toda comunidade sindical e a classe trabalhadora brasileira que direitos trabalhistas são conquistas históricas e não podem ficar à mercê de grupos políticos e/ou de opiniões simplistas de qualquer meio de comunicação.

Ranking dos valores em dólares, anuais, para professor em início de carreira no ensino fundamental e para jornada de 40 horas semanais (ano 2014)

1º. $ 66.085 Luxemburgo

2º. $ 50.007 Alemanha

3º. $ 48.904 Suíça

4º. $ 44.131 Dinamarca

5º. $ 37.221 Austrália

6º. $ 37.145 Canadá

7º. $ 37.104 Holanda

8º. $ 36.333 Estados Unidos

9º. $ 36.268 Espanha

10º. $ 34.484 Noruega

11º. $ 33.667 Bélgica

12º. $ 33.602 Irlanda

13º. $ 32.587 Áustria

14º. $ 32.148 Finlândia

15º. $ 30.695 Suécia

16º. $ 29.411 Média da OCDE

17º. $ 29.151 Portugal

18º. $ 28.961 Nova Zelândia

19º. $ 28.591 Coréia do Sul

20º. $ 28.321 Inglaterra

21º. $ 28.124 Escócia

22º. $ 27.786 Itália

23º. $ 27.067 Japão

24º. $ 27.006 Eslovênia

25º. $ 26.247 França

26º. $ 25.672 Islândia

27º. $ 24.834 Turquia

28º. $ 19.680 Israel

29º. $ 18.718 Grécia

30º. $ 17.770 Chile

31º. $ 16.986 República Tcheca

32º. $ 15.556 México

33º. $ 11.828 Estônia

34º. $ 11.388 Polônia

35º. $ 10.644 Eslováquia

36º. $ 10.375 Brasil

37º. $ 1.560 Indonésia