Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizou na manhã desta segunda-feira (6) um encontro com os parlamentares federais e os movimentos sindicais organizados para discutir as alterações propostas na Proposta de Emenda Constitucional 287 – A PEC da previdência, a qual altera diversos pontos relativos a aposentadoria e praticamente impede o contribuinte de se aposentar.
O evento ocorreu no auditório da Universidade Federal do Acre (Ufac) e contou com presença física dos deputados federais Major Rocha (PSDB), Moisés Diniz (PCdoB) e Léo de Brito (PT). O deputado Raimundo Angelim (PT) enviou um assessor e o deputado Alan Rick enviou uma mensagem em vídeo. Mais de duzentas pessoas participaram do encontro.
Além dos parlamentares federais, estiveram presentes os deputados estaduais Luiz Gonzaga (PSDB) e Nélson Sales (PV). Da Câmara de Vereadores somente os dois representantes do PSDB, Clésio Moreira e Célio Gadelha.
Se o objetivo era saber a posição dos representantes no congresso com relação às mudanças provocadas pela PEC, os presentes puderam ter uma ideia de que dos oito deputados federais, seis são contra e somente os votos dos pemedebistas Flaviano Melo e Jéssica Sales ainda são uma incógnita.
Major Rocha surpreende ao dizer que vota contra
O pronunciamento que mais chamou a atenção foi o do deputado Rocha. Inicialmente ele falou que, em 2003, Lula tinha proposto a reforma da previdência e Dilma apresentou isso em 2016. Neste momento alguns sindicalistas se manifestaram de forma contrária e tentaram defender o governo petista.
Mas Rocha continuou: “O PL 257 foi apresentada por Dilma e eu fui contra antes e sou agora. Sou trabalhador e minha classe está aqui é lutou contra. Luto pelos meus filhos. A PEC 40 de Lula trouxe várias perdas, inclusive a taxação dos inativos. Dilma trouxe MP 664, que reduziu a pensão por morte”, informou.
Rocha destacou que todos os governos sempre jogaram a culpa sobre os trabalhadores, tendo ele sido sempre contra estas medidas, “pois o futuro de nossos filhos e nosso está em jogo”. Ele arrematou ressaltando o fato de nem o governo saber o que quer.
“Aqui temos a metade dá bancada e temos de trazer a outra. O PSDB esta aqui em peso. E, agora, cada um de nós tem a responsabilidade de multiplicar as informações debatidas hoje aqui.
Deputados da base petista mantém discurso contrário
O deputado Moisés cobrou mais responsabilidade dos políticos na defesa dos trabalhadores: “A PEC é uma afronta à sociedade”. Em vídeo Alan Rick disse que é contrário e defendeu a regra atual.
O deputado Angelin mandou um representante e este disse que o deputado vai se posicionar contra a PEC. Leo de Brito disse ser contrário e vai votar contra e defendeu, ainda, a retirada integral da PEC.
Entidades se pronunciam
Os representantes dos movimentos rurais se fizerem presentes e aumentaram o coro no que diz respeito principalmente a idade de início das atividades neste setor. O consenso é que a medida traz prejuízo a todos.
O presidente da Associação dos Agentes Penitenciários (agepens), José Janes, cobrou a ausência dos demais parlamentares. Ele considerou isso uma falta de respeito aos trabalhadores e ao povo como um todo. Mas ele também cobrou uma maior participação da sociedade como um todo: “Revolução não se faz em rede social, mas vindo a eventos como esse. Faltou a presença do povo, pois a PEC atinge à todos”.
O representante do sindicato dos técnicos administrativos da Ufac (Sintest), Tadeu Coelho, cobrou ampliar a ação e envolver os outros sindicatos em eventos similares: “As universidades estão contra a PEC, mas precisamos ser convidados para participar do movimento”.
Deputados estaduais acompanham
O deputado estadual Luiz Gonzaga questionou a elevada carga tributária para pouco retorno no país e classificou a PEC como um punhalada nas costas do povo. Ele citou um estudo do Sindifisco, que provou não haver déficit. Gonzaga cobrou ainda um movimento contra o aumento da contribuição da previdência estadual, a qual passou de 11 para 14% sobre os salários dos servidores.
O também deputado estadual Nelson Sales disse que, antes de mexer na previdência, deveriam investigar e abrir a caixa preta desta e alertou “Só o povo nas ruas pode barrar esta PEC, pois eles metem medo nos políticos”.