A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) divulgou nesta segunda-feira (9) nota na qual apresenta um total de cinco mortes ocorridas durante o último “fim de semana sangrento” em Rio Branco. De acordo com a pasta, os assassinatos são atribuídos, em sua maioria, à guerra entre as facções criminosas pelo domínio do tráfico de drogas na região do São Francisco.
Após os primeiros relatos das mortes e trocas de tiros entre criminosos em diferentes regiões da capital, a Segurança disse que reforçou o policiamento com mais 140 homens das polícias Civil e Militar.
Das cinco mortes, quatro ocorreram no sábado (7) nos bairros Cidade do Povo, Liberdade/BR-364, Oscar Passos e Tancredo Neves; a registrada no domingo foi no Recanto dos Buritis.
Este já é o segundo fim de semana de terror no Acre. No anterior, 15 pessoas foram executadas naquilo que a Sesp também atribuiu à disputa entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC), Bonde dos 13 e Comando Vermelho (CV). Nestes dois fins de semana seguidos já são 20 execuções e 25 baleados.
A onda de terror que amedronta a população ocorre após a retomada da guerra entre as facções na disputa por territórios do tráfico. Estes grupos vinham desde o começo do ano numa espécie de “armistício” que transmitia certa sensação de tranquilidade. A trégua, porém, foi rompida e a violência com a qual seus “soldados” agem voltou a aterrorizar a sociedade.
A retomada das execuções ocorre no momento em que o governo fala em redução no número de assassinatos no Acre, contrastando com dados de estudos independentes que colocam o Estado entre os mais violentos do país.
Neste fim de semana, o governador Sebastião Viana (PT) ficou em silêncio diante das cenas de sangue nos bairros da capital, mas usou suas redes sociais para comemorar a fracassada tentativa de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No meio deste fogo-cruzado estão inocentes como o estudante Ygor Werik de Lima Cavalcante, 16 anos, morto enquanto comprava refrigerantes em um bar no bairro Oscar Passos. Segundo a família, ele não fazia parte dos grupos criminosos, estando apenas no lugar errado e na hora errada.
O novo ataque das facções ocorre dias após o secretário de Segurança, Vanderlei Thomas, pedir para a população se acostumar com a situação. “Essa guerra se instalou e precisamos nos acostumar a ela. Não vivemos a mesma realidade que vivíamos sem essa instalação. É claro que não podemos naturalizar as mortes”, disse Thomas na semana passada em entrevista à Rádio CBN Amazônia.