Que o acreano nunca deu o valor merecido ao artesanato local é um fato. Mas que esse comportamento vem mudando com o passar do tempo, também é uma constatação. Isso porque cada vez mais a população local tem adquirido mais peças produzidas no estado e dado a devida importância ao trabalho dos artesãos espalhados pelos municípios do Acre.
Este ano, a secretaria de Turismo e Empreendedorismo resolveu dar um impulso ainda maior: criou o espaço do artesão dentro da maior Feira de Agropecuária do estado, a Expoacre 2019. Antes, esse espaço era dividido com outros trabalhadores manuais.
No estande, as peças possuem valor que variam de R$ 40 a R$ 1.800. Um dos colares produzidos pelo povo indígena Huni Kuin, por exemplo, pode custas R$ 800. Segundo a coordenadora estadual do artesanato acreano, a ideia é apresentar ao público tudo que é mostrado pelos artesãos nas feiras nacionais. “Desde o início do ano nossos artesãos já participaram de duas feiras nacionais, uma em Brasília e outra em Recife. Em outubro estaremos indo para São Paulo e estamos aqui para provar que sim, é possível comprar e fazer comércio como nosso artesanato”, explicou Suelani Paiva.
Ao todo, cerca de 15 artesãos e 30 trabalhadores manuais têm seus trabalhos regionais expostos no espaço. Um catálogo com produtos feitos sob encomenda é entregue aos visitantes.
De acordo com Paiva, a recepção do público para com o espaço tem sido surpreendente. “Eles estão impressionados e não acreditam que tudo isso é produzido aqui. O acreano não via o próprio artesanato como produto de valor, mas estamos mostrando que o artesanato local pode ser produto de economia”.
Para os expositores, a construção do espaço especialmente voltado ao artesanato local foi um acerto.