Família diz que três corpos apresentados não eram de Uber, mas Into nega confusão

Até a manhã desta quinta-feira, 7, amigos e uma familiar de Francisco das Chagas Miranda Silva, 40 anos, motorista do aplicativo Uber na capital acreana, garantiram ainda não saber o que houve com o corpo da vítima, que morreu na terça-feira, 5, por complicações da Covid-19. Embora a família alegue que de três corpos enterrados, nenhum era de Francisco das Chagas, o diretor da Mediall Brasil, responsável pela contratação dos profissionais do Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into), Hilton Picceli, assegura que não houve nenhuma confusão no enterro, mas uma falha de comunicação entre a própria família da vítima.

“Ontem [dia 6] faleceram dois Franciscos. Um foi sepultado pela manhã e identificado pela família. O outro corpo será sepultado hoje pela família. A funerária achou que havia levado outro Francisco. A família, talvez num momento de desencontro de informações, que não compreendeu na hora”, diz Picceli.

Contudo, os amigos e familiares do motorista reafirmam que houve uma confusão. “A situação ficou no que estava. Ontem [6] nós chegamos lá, fomos fazer o reconhecimento do corpo que a gente exigiu, para ver se íamos enterrar a pessoa certa, chegamos lá tinha o nome dele, mas quando foi aberto o caixão não era ele que estava. Ficou nessa mesmo”, diz um amigo.

Segundo ele, um familiar chegou, identificou que era seu parente e teriam só trocaram o nome do cadáver e feito o sepultamento da outra vítima que estava na unidade. “O nosso Francisco ninguém sabe se foi nós que enterramos mesmo ou se foi outra [família]. Saíram três sepultamentos de manhã, ninguém sabe se enterramos o Francisco ou se o corpo que estava no caixão era de uma mulher”, lamenta.

O amigo informou que como a única responsável legal pelo motorista era uma tia, uma senhora de 78 anos, chamada dona Rita, ela preferiu não seguir adiante com a denúncia. “Ela quis deixar no que está. Ninguém sabe se enterrou ele ou não, mas ela preferiu parar porque não pode estar andando. Fomos na delegacia, mas ela preferiu deixar quieto”, garante.

O diretor informou ao ac24horas que todos os dias são tomados protocolos de identificação bastante rígidos no Into, justamente para não haver esse tipo de equívoco. “Depois que nós entregamos [o corpo] para a funerária, já não é nossa responsabilidade”, ressalta, garantindo que o Into está fazendo processo de reconhecimento de todas as famílias de vítimas da Covid-19.

Compartilhar