Raimunda Pereira dos Santos está revoltada com o que considera descaso do setor de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) em Cruzeiro do Sul.
A revolta é em dose dupla, já que Raimunda afirma que tem dois familiares que precisam ser encaminhados para Rio Branco para tratamento. O primeiro é um sobrinho de apenas 7 anos de idade. Yuri Gabriel foi diagnosticado com um cisto na cabeça. Por conta do problema, é comum a criança ter convulsões até três vezes por semana.
Gabriel tinha uma consulta com um neuropediatra no dia 19 do mês passado. De acordo com a tia, o TFD “esqueceu” de comprar a passagem. ”Como eles esqueceram de comprar a passagem, remarcaram para a próxima quarta-feira, dia 3. Acontece que ontem entraram em contato e disseram que se quiser vir para Rio Branco tem que vir por conta porque não tem dinheiro para comprar a passagem”, afirma Raimunda.
Já o pai de Raimunda, Raimundo Nonato dos Santos, 66 anos, precisa fazer uma ressonância por conta de uma obstrução em uma artéria. “O TFD ontem disse que ele teria que vir de ônibus. Só que meu pai já é idoso e não tem condições de vir de ônibus e nem disponibilizaram a passagem. Dias atrás ele teve uma paralisia facial e um neurologista foi quem pediu o exame. Isso é um absurdo, a gente se sente sem poder nenhum de reação”, afirma.
A reportagem do ac24horas entrou em contato na tarde de ontem com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) para um posicionamento.
Em nota, assinada por Catiana Rodrigues, coordenadora da Regional de Saúde do Juruá, o governo explica que no caso do paciente Raimundo Nonato dos Santos os familiares alegaram que o mesmo não possuía condições de viajar via terrestre, sendo que toda a avaliação pelo médico regulador já havia sido realizada e passagem comprada.
Esclarece, ainda, que após as alegações dos familiares foi necessário que a família leve o paciente para uma nova avaliação com o médico regulador que, no caso de R.N.S., foi solicitada para esta quinta-feira, 28, para os devidos trâmites possam seguir.
Já no caso da criança, Catiana explica que uma tia do paciente foi ao complexo regulador e informou que o mesmo não tem condições de fazer viagem via terrestre. Sendo assim em contato telefônico com a genitora do paciente foi acordado que o mesmo irá passar por uma nova avaliação pelo médico Regulador onde seu processo já havia sido regulado anteriormente.