Foto: Sérgio Vale/ac24horas
Basta andar pelo Centro de Rio Branco que se percebe claramente um aumento considerável de pessoas em situação de vulnerabilidade social. São moradores de rua, em sua maioria, dependentes químicos.
Antônio Magalhães é ambulante no centro da cidade e conta que a situação tem ficado bem pior. “A gente entende que são um pobres coitados que precisam de cuidado, só que cresceu muito. Antes, a gente conhecia tudinho, agora aparece gente nova drogada direto e alguns são violentos. A gente tem medo”, afirma.
Ao mesmo tempo em que se percebe esse aumento no número de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, se percebe claramente a ausência do poder público de forma efetiva. Um especialista em assistência social, que faz parte da equipe do governo do estado, e por isso, pede para não ser identificado, afirma que tanto governo, como prefeitura apenas “enxugam gelo”.
“O que é feito é muito pouco. Não adianta identificar o morador de rua, a pessoa em situação extrema de dependência química se não tem para onde levar. É preciso fazer uma parceria ou construir casas terapêuticas, onde essas pessoas possam ser tratadas e curadas para terem uma chance de uma vida digna. Hoje, o que é feito é levar para o pronto-socorro, que faz um trabalho de emergência, mas que não é o local para um tratamento completo”, afirma.
Um dos trabalhos que ameniza a situação é realizado pela prefeitura é o Consultório na Rua, que é vinculado ao SUS. O trabalho é feito em um veículo adaptado para funcionar como uma Unidade Básica de Saúde. A equipe é formada por uma enfermeira, duas psicólogas e um agente comunitário de saúde e faz atendimento como testes rápidos, aferição de pressão, curativos e oferta de alguns medicamentos.
“Fazemos alguns encaminhamentos que estão dentro da rede. Quando identificamos, por exemplo, uma pessoa em situação de rua, que tem um transtorno mental, a gente vai avaliar e dependendo a gente vai fazer o encaminhamento para um CAPS ou para os leitos de saúde mental ou algumas unidades de acolhimento”, explica Gleiciane Miranda, coordenadora do Consultório na Rua.