Supermercado Gonçalves ainda não pagou funcionários do Acre

A jovem Jarlilsa Souza, de 27 anos, foi funcionária do antigo Supermercado Gonçalves que funcionou no Acre por mais de 40 anos e fechou as portas em fevereiro de 2019.

Nesta segunda-feira, Jarlilson publicou um extenso texto onde reclama que mesmo após três anos os ex-servidores ainda têm dinheiro para receber.

A ex-colaboradora conta como tudo aconteceu à época. “Desconfiávamos, mas não tínhamos certeza. Então logo começou o boato de que a empresa iria fechar. E o boato chegou rápido até o ouvido dos gerentes. Logo, o encarregado fez uma reunião com todos os funcionários. E a “conversa” foi desmentida! As coisas não estavam indo bem, começou com salários atrasando, mais de 08 dias. E éramos “obrigados” a assinar o contracheque como se já tivéssemos recebido. Também estava quase sem estoque, e não tinha reposição, a gente tinha que fazer “Reposição de Frente” que é organizar os poucos produtos bem na frente das prateleiras, para dar uma falsa impressão que tinha produtos”, ela conta.

Jarlilsa conta que em um sábado, ao chegar um caminhão, os funcionários ficaram felizes achando que eram novas mercadorias. Na verdade, o veículo estava vazio e tinha vindo de Porto Velho buscar as mercadorias que ainda existiam. “O encarregado informou que entrou em contato com o dono da loja, e que ficássemos tranquilos, porque a empresa não iria fechar. E que iria chegar um caminhão. Sábado, o caminhão finalmente chegou. Opa, era pra levar as mercadorias. Todos fomos enganados pelo dono”, conta.

Passados três anos, Jarlilsa reclama da demora da justiça do trabalho, já que ela e outros 120 funcionários ainda não receberam direitos trabalhistas e o último salário do mês trabalhado. “Já são 3 anos, os bens do José Gonçalves foram presos e começou nossa luta na Justiça pra receber nossos direitos ou pelo menos o último salário. Que também não foi pago! Os bens foram vendidos, e o dinheiro foi arrecadado. Mas infelizmente, a justiça lenta ainda não liberou o dinheiro. As leis trabalhistas que deveriam nos proteger, não estão sendo suficientes para a Justiça?, questiona.