Durante os quatro anos da gestão do presidente Jair Bolsonaro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão das unidades de conservação federais, se tornou um dos órgãos mais obscuros do governo ao mesmo tempo em que passou por um processo de desmonte da sua atuação.
Com o comando infestado de militares, os servidores de carreira do órgão perderam espaço por decreto presidencial que acabou com a exigência dos ocupantes dos cargos de chefia serem ocupados por servidores públicos com experiência em ações como o monitoramento da biodiversidade.
No Acre, essa realidade pôs os servidores da autarquia diante de inúmeras dificuldades e pressões para cumprir com o seu papel de manter as áreas sob sua responsabilidade, entre elas a Reserva Extrativista Chico Mendes, longe das ameaças da grilagem e do desmatamento.
Entre os obstáculos enfrentados pela atuação do ICMBio no estado, podem ser citados os cortes de recursos ocorridos nos últimos anos em vários órgãos da área ambiental e a própria desmobilização e o déficit de servidores para dar conta das vastas áreas sob vigilância dessas entidades no Acre.
Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), renasce a esperança de um novo momento na atuação do órgão no estado, de acordo com o que revelou ao ac24horas um dos servidores, em caráter confidencial.
“Fiquei muito empolgado com as palavras dela (Marina) no discurso de hoje. Estou confiante que muita coisa vai mudar e que retomaremos as rédeas para o retorno de uma agenda mais positiva e propositiva na criação de novas políticas para o estancamento e a reversão do desmatamento na Amazônia. Estou confiante e pronto para ajudar nessa construção”, disse o servidor.
E por falar no novo governo, o presidente do PSB no Rio de Janeiro, Alessandro Molon, deve ser confirmado na quinta-feira (5) como o novo chefe do ICMBio. Molon foi derrotado na disputa pelo Senado, e foi indicado para o órgão dentro da cota pessoal da ministra Marina Silva. A informação é do site O Antagonista.