As causas do acidente aéreo que resultou na morte de uma pessoa e deixou outras seis feridas na última segunda-feira (18), em Manoel Urbano, começaram a ser investigadas ontem pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
No entanto, uma das certezas, era de que o avião estava levando mais passageiros do que o permitido. A aeronave, modelo Cessna Skyline 182, tem capacidade para quatro pessoas (incluindo o piloto). O avião estava, no momento do acidente, com sete pessoas, três além do limite tolerado.
A culpabilidade do experiente piloto, Roney Mendes (59), que teve 40% do corpo queimado e está internado em estado grave no Pronto-Socorro, vem sendo motivo de discussões até na Assembleia Legislativa e levantou rumores de um possível pedido de prisão, o que foi negado pela Delegada de Manoel Urbano, Jade Dene.
“Isso não procede, uma vez que não iniciaram as investigações da responsabilidade do acidente, pois é necessária a perícia inicial do órgão competente”, explicou.
O assunto rendeu uma discordância dos deputados Tanízio Sá e Antônia Sales, ambos do MDB, na sessão de ontem na Assembleia Legislativa.
Assim como já havia feito o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB) em outra sessão, Sales defendeu o piloto. “Realmente é um grande piloto, não é de agora que eu o conheço. Está lutando pela vida. O que tenho a dizer é que não podemos culpar o piloto. As regras não dependem dele. O recado é para as empresas: que tenham mais sentimento e não visem tanto o lucro, mas a proteção da vida. Tenho certeza que ele não queria colocar essa quantidade de passageiros”, justificou.
Na visão do deputado Tanízio Sá, colocar quase o dobro da capacidade de passageiros foi um ato irresponsável do piloto. “Não estou aqui para condenar ninguém. Aquele avião é feito para três passageiros e mais um piloto. Foi ceifada a vida de um pai de família. Sei que o piloto não premeditou, mas colocar aquele monte de gente e mais bagagem foi, no mínimo, irresponsável”, disse o parlamentar.