Um consórcio que inclui os oito municípios da região do Vale do Juruá (Tarauacá, Feijó, Jordão, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Taumaturgo) está sendo criando pelos prefeitos dessas cidades, como forma de adaptação ao novo formato regional de captação e gestão de recursos de projetos, incentivado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Em Cruzeiro do Sul, os vereadores já aprovaram (em sessão extraordinária), a entrada da prefeitura no Consócio. Nas demais cidades, os projetos estão em andamento em suas respectivas casas legislativas. O prefeito do município, Ilderlei Cordeiro, defende que “a sede” da regional seja em Cruzeiro do Sul, a maior cidade do grupo.
O projeto prevê a captação de R$4 milhões do governo federal para impulsionar a cadeia produtiva do café, açaí e farinha, será o primeiro apresentado pelo Consórcio em Brasília. A priori, a ideia, segundo o grupo, também é construir um Parque Indígena, numa área de 30 hectares, onde serão realizados festivais de cultura de cada etnia.
O prefeito de Marechal Taumaturgo, Isaac Piyãko, acredita numa viabilidade maior dos projetos a partir do Consórcio. Defende que “há que se discutir também temas de médio e longo prazo, como o saneamento básico das cidades: água, esgoto e a questão do lixo”.
Quanto a um grande festival que reúna os povos indígenas de todos os municípios em Cruzeiro do Sul, Ianko, que é Ashaninka, diz que “ cada povo deve seguir fazendo seu festival em suas próprias terras como forma de fortalecer sua cultura e proporcionar que as pessoa a conheçam e poderá haver um que envolva todos, em um novo formato”, cita.
A presidente da AMAC e prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, não teme que o Consórcio cause um racha entre os gestores municipais, como já houve no passado quando havia organizações diferentes de prefeitos de oposição e situação ao governo da época. “É só um novo formato de organização”, pondera Neri.