Cirurgias eletivas representam o maior gargalo do setor. Ortopedia e urologia complementam essa fila. 30% dos pacientes ortopédicos esperam mais de 90 dias por atendimento. Governo quer entregar o Instituto de Traumatologia em dezembro e desafogar fluxo de novo Pronto Socorro.
A deputada estadual Antônia Sales (MDB) denunciou uma fila de pelo menos 11 mil pacientes na espera por uma cirurgia no estado do Acre. De acordo com o levantamento feito pela parlamentar, pacientes que precisam de consultas eletivas enfrentam longa espera pelo atendimento.
Oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cirurgia eletiva é aquela que não possui caráter de urgência e depende de marcação para ser realizada. O procedimento pode ser de média e alta complexidade. Mais de 4.500 pessoas esperam pelo atendimento em todo o estado.
Fora as cirurgias eletivas, outros dois gargalos são as cirurgias de ortopedia e urologia. Segundo uma assistente em saúde que pediu para não ter seu nome divulgado, cerca de 30% das cirurgias de ortopedia agendadas esperam mais de 90 dias. Cerca de 1.350 pacientes estão na fila de espera.
Na área de urologia, a demanda também é grande. Cerca de 1.149 pacientes estão esperando cirurgias. O estado do Acre registrou mais de 1,4 mil casos de câncer em homens acima de 20 anos de idade nos últimos cinco anos.
A assessoria da secretaria de saúde do estado atribui aos casos de ortopedia, a lotação do novo Pronto Socorro de Rio Branco. O gerente do hospital, Areski Peniche, constatou o aumento no número de pacientes com necessidades na área de ortopedia assim como a insuficiência de leitos para atender a demanda.
De acordo com o que a reportagem apurou, a Secretaria de Saúde faz um levantamento das cirurgias eletivas e dos casos de ortopedia e urologia. Casos de otorrinolaringologia e ginecologia também estão entre as prioridades estudadas pela equipe da secretária Mônica Feres. Outras demandas estão ligadas a mastologia, neurologia, oncologia, pediatria e cirurgias plásticas. A secretária já apontou problemas de gestão no sistema em todo o estado, seja por conta da incapacidade de suprir a demanda, seja pela falta de integração entre as redes de assistência em seus diferentes níveis de complexidade.