De volta ao Acre, o governador Gladson Cameli concedeu entrevista a um programa da TV Gazeta nesta quinta-feira, 3, e respondeu questões relacionadas a diversos assuntos de sua gestão. Na poltrona do ‘Gazeta Entrevista’, Cameli tocou em pontos delicados e situações de transtornos referentes à pasta mais problemática do governo, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). A afirmação mais contundente envolveu a própria titular da pasta, a médica Mônica Feres Kanaan.
Ao tocar no assunto dos salários enviados à secretária, tanto do Acre como do Distrito Federal, referentes ao mês de agosto, o chefe do Executivo deixou ‘no ar’ que a resposta para o problema poderia ser facilmente explicada, não fosse a dificuldade que Mônica tem para conseguir dialogar com as pessoas. “Às vezes a secretária [Mônica Feres] não tem o hábito de ter um diálogo aberto. Mas o que tenho dito aos secretários é que sejam positivos. Que não sejam aquilo que não pode ser entregue”, disse o governador.
A forma como a secretária costuma lidar com a categoria da Saúde e demais pessoas ligadas ao governo pode ser um retrato natural de como Mônica trabalha, conforme relatado por Cameli. “A forma dela não ter habilidade de um diálogo aberto é que [desencadeou] algumas situações que ocorreram, que foram desnecessárias”, pontua.
Contudo, Gladson descartou a hipótese de exonerar a secretária por este ou qualquer outro motivo. Sobre a questão dos salários, disse: “é um absurdo receber dois salários. Já mandei tomar providências e, se realmente proceder, vai ter o momento – e a oportunidade está tendo, de vir a público, se justificar e devolver o que tem que devolver”.
Ao tratar de outros assuntos, Cameli reiterou, já no final da conversa, o que já disse em outras oportunidades. Segundo ele, dentro de seu próprio governo “tem muito secretário [sem citar nomes] que se acha acima de Deus. Sou apaziguador, sou do diálogo. Não vou compactuar com qualquer tipo de situação que venha colocar em risco a credibilidade do meu governo”.
Coronel da Saúde e o termo “vagabundos”
O governador não esqueceu o episódio em que o subsecretário da saúde, Coronel Jorge Rezende, se envolveu numa confusão durante manifesto de servidores e sindicatos da Saúde no hall da Sesacre, em Rio Branco. Para ele, o Coronel não chamou os trabalhadores da Saúde de ‘vagabundos’, mas uma pequena parcela de pessoas que estariam no local apenas para baderna e com um cunho unicamente político.
“Não vou tirar um subsecretário por dizerem que [ele] generalizou chamando todos de vagabundos”, garante Gladson. Ele ainda explicou por qual motivo não aplicou nenhuma punição ao gestor. “Assim que soube, pedi um levantamento da saúde, se o problema era de gestão, financeiro ou político. Vi imagens enviadas pelo serviço de inteligência e conversei com quem estava presente”.
O governador destacou que até demitiria o coronel se ele realmente tivesse chamado os trabalhadores de vagabundos, entretanto, afirmou: “Mas fui convencido de que ele [Coronel Rezende] não chamou os trabalhadores [ de vagabundos]”.