Levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na Terra Indígena Alto Rio Purus, no Acre, aponta a morte de 20 crianças com idades entre 1 mês e 11 anos. Os casos ocorreram entre janeiro e agosto deste ano, quando as vítimas apresentaram febre, vômito, cãibras e diarreia.
Cerca de 45 aldeias dos povos Huni Kui, Kaxinawá, Madja, Kulina e Jaminawa, em sua maioria, estão instaladas às margens do rio Purus.
De acordo com o conselho, os surtos de diarreia são periódicos e a causa é a falta de saneamento básico nas aldeias, como explica a integrante do Cimi, Rosenilda Padilha.
“As contaminações das águas. Eles bebem água do rio Purus e isso tem provocado diarreia e vômito nas crianças. Teve também casos de pessoas adultas que morreram de vômito e diarreia.”
Em nota encaminhada à Empresa Brasil de Comunicação, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou que solicitou um levantamento detalhado da situação do Distrito Sanitário Alto Rio Purus, incluindo as condições de saneamento, para investigar os óbitos.
O órgão afirma que o Ministério da Saúde tem ciência das dificuldades locais para a execução de obras de saneamento básico ao longo dos anos e trabalha para solucionar os problemas.
A Secretaria informa que está adotando as providências para intensificar as ações ao enfrentamento das causas evitáveis de mortalidade. (EBC)