O agente de polícia civil Jair Maciel de Souza, servidor público que decidiu se afastar do trabalho, usou as licenças que tinha direito e em seguida, ainda no final do ano passado, entrou com um pedido de afastamento sem ônus, como permite a lei a partir de 1º maio de 2020. O pedido foi autorizado pelo delegado Pedro Paulo Buzolin, diretor geral do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, órgão de lotação de Jair. Ocorre que mesmo o pedido sendo feito com cinco meses de antecedência, a Polícia Civil não deu continuidade ao pedido de afastamento dentro da área administrativa.
O resultado é que o agente de polícia civil, estando sem trabalhar, inclusive, morando fora do Acre, está há dois meses recebendo dinheiro público indevido, mesmo sem ter culpa alguma. De acordo com o portal de transparência do governo do Acre, Jair recebeu líquido nos meses de maio e junho, quando já deveria está afastado sem ônus, mais de R$ 13 mil reais.
O ac24horas entrou em contato com o agente de polícia que confirmou que não está no Acre e se disse incomodado e surpreso por está na folha de pagamento. Afirmou que já entrou em contato com a Polícia Civil para que o erro seja corrigido. “Estou fora do estado. Eu tirei licença e entrei ainda no passado com pedido de afastamento sem remuneração. Já entrei em contato com o RH para que seja resolvido. Estou esperando ser notificado”, diz Jair.
A reportagem também falou com a Polícia Civil que não explicou os motivos para que alguém que nem no Acre se encontra, entre na folha de pagamento, já que existe a assinatura de ponto em todos os órgãos públicos e nem os motivos para que o pedido de afastamento não tenha tido continuidade. Quanto ao dinheiro pago de forma indevida, a Polícia Civil afirmou que está averiguando junto à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) os procedimentos para que os recursos sejam devolvidos.