Gestores e Técnicos vestirão preto como protesto contra reposição do governo

Ainda no rescaldo do anúncio da reposição salarial de 5,42% feito pelo governo aos servidores estaduais na última sexta-feira (11), o Sindicato dos Gestores de Políticas Públicas e Técnicos em Gestão Pública (Sintegesp) convidou seus filiados a vestir roupa preta em serviço nos dias de segunda, quarta e sexta-feira em forma de protesto contra o percentual, considerado irrisório.

O Sintegesp também convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para o próximo dia 17, quinta-feira, às 15h30, para debater sobre várias pautas relacionadas às duas carreiras. Além de reagir contra a reposição, considerada vergonhosa pelos representantes das categorias, o sindicato também afirma que suas demandas vêm sendo engavetadas pelo governo.

Na última sexta-feira, logo após o anúncio do governo, o Sintegesp manifestou seu repúdio ao percentual, enfatizando que as perdas inflacionárias acumuladas desde que o governo do estado concedeu o último reajuste aos servidores, ainda em 2017, ultrapassam em muito o valor de 5,42% – nos últimos quatro anos o acumulado do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) soma 22,64%.

Por meio de uma nota assinada conjuntamente, os coordenadores dos Gestores de Políticas Públicas, Radamés Ribeiro, e dos Técnicos em Gestão Pública do Estado do Acre, Rosineia Albuquerque, classificaram o reajuste concedido como falta de sensibilidade com os servidores e afirmaram que o sindicato não ficaria calado.

“Uma total falta de sensibilidade do governo em um momento em que os aumentos sistemáticos e abusivos em todas as áreas elevam o custo de vida de quem faz as engrenagens do Estado rodarem cotidianamente. O sindicato não ficará calado diante dessa falta de respeito”, afirmaram.

Atualmente, o governo conta com 384 gestores de políticas públicas e 185 técnicos em gestão pública. Além da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Seplag), esses profissionais estão lotados em todos os demais órgãos da administração direta e indireta do Poder Executivo desde o ano de 2006, quando a carreira foi criada.

Reivindicações

Entre as pautas que as duas categorias vêm pleiteando junto ao governo estão a alteração do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) e adicional de cumulatividade, no caso dos gestores, e a criação do PVP (Prêmio de Valorização Profissional) e da GAG (Gratificação por Atividade de Gestão), no caso dos técnicos em gestão pública.

Em novembro de 2019, o governador Gladson Cameli chegou a participar presencialmente de um ato realizado pelo Sintegesp em frente à Casa Civil e chegou a vestir a camisa de um movimento que naquela época pedia por isonomia. Na ocasião, ele reforçou o discurso do compromisso com a valorização dos servidores.

“O compromisso que firmei com a população foi que eu iria fazer de tudo para valorizar todos os nossos servidores estaduais e quero dizer que as reivindicações são justas e eu estou com vocês. Nos deem um prazo para que possamos analisar e em uma próxima reunião dizer o que podemos atender. Não queremos enganar vocês porque o sucesso deste governo depende dos nossos valorosos servidores estaduais. Podem contar comigo”, afirmou o governador naquela oportunidade.

No entanto, o coordenador geral dos Gestores de Políticas Públicas, Radamés Ribeiro, afirma que de 2019 para 2021 as pautas do Sintegesp não avançaram, apenas foram cumpridas as obrigações do Estado para a carreira.

“O pagamento do PVP é uma obrigação do Estado amparada em Lei. Então, não houve avanços”, garantiu.

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