A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva já integrou uma lista de cinquenta personalidades que podiam ajudar a salvar o planeta. Aos 64 anos, eleita deputada federal por São Paulo, ela diz em entrevista às Folhas Amarelas da revista Veja desta semana que nunca teve essa pretensão.
Como senadora, a acreana apresentou quase uma centena de projetos de lei em defesa da Amazônia. Como ministra do Meio Ambiente no governo Lula, ela se opôs ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), um pacote de obras que incluía a construção de duas gigantescas hidrelétricas no coração da floresta.
Sem sucesso (as hidrelétricas foram construídas), ela pediu demissão do cargo em 2008, denunciando que a pauta ambiental não era uma prioridade da gestão petista.
Em 2010, Marina candidatou-se a presidente pelo PV, obtendo a terceira colocação no primeiro turno, com mais de 19 milhões de votos. Novamente candidata em 2014, voltou a ficar em terceiro lugar, com mais de 22 milhões de votos.
Na segunda ocasião, aparecendo como uma ameaça real à reeleição de Dilma Rousseff, a ex-ministra foi alvo de uma duríssima campanha difamatória promovida pelo PT, o precursor, segundo ela, da disseminação de fake news.
Por causa desses episódios, Marina se afastou do partido e de seus dirigentes — até recentemente, quando anunciou apoio a Lula, subiu no palanque com os antigos desafetos e comemorou a vitória do ex-presidente.
Na entrevista a VEJA, a ex-ministra fala de sua reaproximação com o PT e Lula, não descarta a possibilidade de assumir um cargo no novo governo e explica por que o Brasil tem todas as condições de ser protagonista de um projeto de desenvolvimento sustentável.