Educação e renovação de redes são as armas utilizadas pelo Depasa

Após veiculação de reportagem, no ac24horas, afirmando com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), departamento que integra o Ministério das Cidades, que a população acreana desperdiçou 55,9% de toda a água tratada, em 2013, o portal resolveu conhecer as políticas institucionais do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), responsável pelo serviço, que buscam minimizar os dados apresentados pelo SNIS.

Sobre o assunto, o diretor-presidente do órgão explicou que nos últimos anos os índices sofreram queda. Em 2011, segundo Edvaldo Magalhães, o desperdício “chegou a 64%, caindo em 2012, e atingindo 55% em 2013, graças ao trabalho de educação e renovação de nossas redes, além, claro, da expansão dos serviços”, compara o chefe do Depasa.

Para Edvaldo, poucos estados do Brasil conseguem reduzir 10% em dois anos. Ele classifica isso com “fruto de medidas” e afirma que é necessário ter “redes mais seguras”. Segundo o diretor “o programa Ruas do Povo na capital tem esgotamento sanitário, instalações hidráulicas e pavimentação”, o que “por si só já ajuda no melhoramento da rede de distribuição, que vem sofrendo investimentos pesados”, aponta o gestor.

Magalhães acredita que esse trabalho não é apenas de renovação, mas de ampliação do sistema. “Sem rede o sujeito faz os ‘puxadinhos’. Isso [atuação do Depasa] diminui os ‘gatos’, e instala os hidrômetros. Muita coisa do desperdício é a perda. Temos uma frente que é a de peso em investimento nas redes”, avalia.

Além disso, para melhorar os índices apresentados pelo Sistema Nacional, Edvaldo comenta a respeito dos investimentos feitos nas adutoras de Rio Branco (AC). “Nossa visão é o melhoramento das estações de tratamento de água, pois tivemos que mexer em algumas adutoras, por exemplo. Na Cidade do Povo tem uma nova rede, e ainda estamos fazendo investimentos na área da distribuição, o que dá a segurança de termos menos desperdício”, afirma o chefe do Depasa, ao reafirmar que as ações fazem parte do trabalho de “reforço de rede”, o que acaba “melhorando os serviços” oferecidos à população.

Além de financiar o melhoramento das redes de distribuição, Edvaldo disse ao ac24horas que “o outro braço do trabalho é a educação. O objetivo é combater o desperdício primário. Às vezes a pessoa não em condições de comprar um boia de dez reais. Campanha educativa faz com que o próprio vizinho cobre do outro”, avalia. Ainda de acordo com ele, existirá um momento em que será necessário multar que desperdiça água. “O Depasa tem autonomia para fazer cortes, multar e autuar, mas a gente precisa mesmo é vencer essa etapa de educação”, argumenta.

No final da entrevista, Edvado explica que o Depasa tem trabalhado para alcançar, com base em 2014, e em 2015, números melhores e mais expressivos. “Nossos levantamentos apontam uma média de 50% de desperdício. Acreditamos que ficaremos nessa média”, completa o gestor.

Vale lembrar que segundo apurado pelo ac24horas junto ao sistema, a média do Acre ultrapassa a média de desperdício de todo o país, que ficou em 37%. De modo geral, o estudo identificou que as regiões Norte e Nordeste possuem porcentagem que ultrapassa a média nacional: 50,8% e 45%, respectivamente. Em seguida estão as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com 35,1%, 33,4%, 33,4%, em ordem.

Somente no Norte, o Acre é o terceiro que mais desperdiça água tratada. Em primeiro lugar está o Amapá (76,5%), em seguida Roraima (59,7%), na sequencia o Acre (55,9%), acompanhado dos estados de Rondônia, Pará, Amazonas e Tocantins, ambos com 52,8%, 48,9%, 47,0% e 34,3%, respectivamente.

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