Gleydison Meireles – da redação do ac24horas
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Acabou por volta das 14 horas o manifesto dos sem-tetos da invasão Novo Cruzeiro que, na manhã desta quarta-feira (10), protestavam em frente a Casa Rosada, local onde funciona o escritório do governador do Acre, Sebastião Viana (PT-AC).
Os manifestantes, que protestavam contra uma decisão judicial de reintegração de posse a pedido do governo Estadual, não conseguiram negociar com a equipe do governo e tivera que desfazer o movimento após ameaças da chefe do Gabinete Militar, coronel Francisca Margarete de Oliveira Melo.
Os sem-tetos chegaram à Casa Rosada por volta das 9h00 da manhã de hoje e logo tomaram parte da Avenida Brasil. Eles exigiam uma audiência com a equipe de governo, que segundo eles, a mais de um ano vem enganando as 150 famílias que invadiram a área de terra localizada no Bairro Alto Alegre, rodovia AC-10.
Por mais de uma hora assessores de Sebastião Viana e integrantes da escolta policial do chefe do executivo tentavam convencer os manifestantes a desfazer o protesto com a desculpa que só iriam negociar com o fim do movimento. Os manifestantes se recusaram e o clima ficou tenso.
Centenas de homens, mulheres, crianças e idosos gritavam palavras de ordem e exigiam um posicionamento do governador, que ao invés de atender a comissão dos manifestantes ordenou que a Policia Militar reforçasse a segurança do local, com a desculpa de que os manifestantes poderiam invadir seu gabinete. Passava das 12h00 quando militares do Grupamento de Choque do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) chegaram a Casa Rosada a pedido de Sebastião Viana.
Como os manifestantes estavam decididos a não recuar do manifesto o governador ordenou que a chefe do Gabinete Militar, coronel Francisca Margarete desse o ultimato aos manifestantes. Sem meias palavras a militar estipulou um prazo de dois minutos aos manifestantes para que estes acabassem com o manifesto, caso contrario os militares do grupamento de choque iram tirá-los a força do local.
“Vocês tem dois minutos para desocuparem parte da via e a calçada do gabinete, sem não saírem o BOPE – Força especial – vai tirar”, disse a coronel.
“O que está acontecendo aqui é um absurdo, uma humilhação e uma total falta de respeito com essas famílias. O movimento é pacífico e reivindica o direito a moradia, que é garantido pela Constituição Federal; não somos bandidos para recebermos um tratamento desses”, disse Jocivan Santos, presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH).
Diante das ameaças de serem retirados da via pública a base de balas de borracha e bombas de efeito moral e spray de pimenta os manifestantes decidiram deixar o local e buscar novas alternativas para o impasse.