Elas querem serviços públicos de qualidade e também são intolerantes com a corrupção. De diferentes idades e expectativas, mulheres ajudaram a formar a multidão que saiu às ruas, neste sábado (22), em Rio Branco, e de forma impressionante e pacífica, pediu mudanças no país.
“Eu vim aqui contra tudo o que está acontecendo de errado no nosso estado, contra a falta de respeito”, afirma Michele Pereira, que foi ao protesto acompanhada dos dois filhos, de 10 e 4 anos. Desempregada, ela exibia um cartaz em que cobrava explicações da Prefeitura de Rio Branco sobre o concurso para agente comunitário de saúde realizado em 2012.
No protesto contra os gastos públicos no Brasil, poucos investimentos na educação, saúde, o alto custo de vida, os recentes escândalos envolvendo agentes acusados de desvio de verbas públicas, entre outras insatisfações, estava a aposentada Francisca Bastos, 77 anos. Ela disse que não poderia deixar de participar de um momento histórico para os acreanos. “Eu não poderia ficar em casa e não vir pra cá hoje”, comentou a idosa, que foi ao protesto com a filha, Auxiliadora Bastos, que também tinha uma reivindicação a fazer. “Nós viemos aqui dizer: fora corrupção! Queremos melhores governantes para o nosso estado”.
O clima de insatisfação era maior entre a juventude que, assim como em outros estados, liderou a manifestação. Próximo ao Palácio Rio Branco, um grupo, formado praticamente por meninas, exibia cartazes, gritava palavras de ordem e entoava “vamos acordar, um professor vale mais que o Neymar”. “Os jovens estão chamando atenção das autoridades, estão lutando para que o futuro seja melhor do que os dias que estamos vivendo hoje”, explica a estudante Caroline Vitória, 13 anos.
Durante a caminhada, outra jovem levava um cartaz que fazia referência a uma das mulheres de quem mais se falou ultimamente no Acre: a desembargadora Denise Bonfim, que determinou a prisão dos envolvidos no caso G7. “Ela é um exemplo por ter enfrentado pessoas que estão no poder; colocou a cara pra bater”, declara Maira Jansen.
Maria Auxiliadora definiu bem a participação das mulheres no Dia do Basta. “As nossas reivindicações não são diferentes das dos homens. Nós queremos dias melhores para todos”, diz.
Da redação de ac24horas
Rio Branco-AC