Jairo Carioca – do Palácio Rio Branco
Rio Branco registrou mais de 20 mil pessoas nas ruas centrais da cidade durante a tarde deste sábado (22). O Dia do Basta foi a maior manifestação dos últimos tempos. Entre o percurso feito na Rua Porto Leal, a Avenida Getúlio Vargas, a Avenida Marechal Deodoro e a Avenida Ceará diversas manifestações foram realizadas. Gritos de ordem: “vem pra rua” convidou os moradores de apartamentos, lojistas e comerciantes que assistiram o movimento pacífico passar pelas ruas. A manifestação que começou cedo da tarde se concentrou por volta das 19h30 em frente ao Quartel da Policia Militar. Depois, o Palácio Rio Branco voltou a ser tomado pela multidão. Pequenos grupos ainda realizaram manifestos no retorno para casa. Nenhum grande tumulto foi realizado. Políticos não foram vistos durante a marcha.
O protesto começou pouco depois do meio dia. Em frente ao Palácio Rio Branco, pouco a pouco, um a um, grupos, famílias e representações comunitárias começavam a chegar. A organização providenciou tintas, cartolinas e faixas que iam sendo distribuídas de forma aleatória para milhares de voluntários.
Antes da saída da passeata que estava programada para as 16h30, os organizadores chegaram a protestar com uma grande vaia as empresas de ônibus que segundo informações tentaram boicotar a ida de manifestantes para o movimento com a retirada de alguns ônibus das principais linhas.
“Vamos atrasar um pouco por que muita gente está vindo de pé, as empresas de ônibus boicotaram nosso movimento”, informou Gabriel, um dos organizadores.
Mas o espírito motivado pelas manifestações que acontecem em todo o Brasil levou muita gente ao centro da cidade. Às 17 horas a Policia Militar estimava a presença de mais de dez mil pessoas. O tempo bom colaborou para a adesão. A largada, pontualmente às 18 horas foi dada com mais de 15 mil pessoas.
Pequenos incidentes de “infiltrados” no movimento foram registrados. O mais agudo ocorreu em frente ao Banco Itaú, na Marechal Deodoro quando alguns vândalos tentaram arrombar lojas. Pequenas bombas foram soltas no meio da multidão. Mas ninguém saiu ferido. A ordem para todos sentar servia para identificação rápida dos mais exaltados. Vaiados, eles se retiravam da grande marcha.
No final, Gabriel Santos disse que o chamamento atingiu seus objetivos. “Sem nenhum financiamento conseguimos colocar essa multidão nas ruas, estamos felizes porque tudo ocorreu dentro do previsto. O povo do Acre demonstrou que sabe protestar de forma pacifica exigindo apenas os seus direitos”, disse Gabriel.
“Ei Tião cadê a educação” foi um dos maiores gritos comandados durante o manifesto. Faixas e cartazes lembraram o escândalo G-7 e pediam a saída de Sebastião Viana do governo. Defensores públicos estavam nas escadarias da Assembleia Legislativa. Grupos de servidores do Ministério Público usaram camisetas da campanha contra a PEC 37. Evangélicos organizaram faixas, uma delas dizia: “Só Jesus na causa”. Crianças e até cadeirantes exerceram a cidadania.
