Tirar lições

TiãoBlogO governador Tião Viana, de origem na política, deve fazer uma reflexão do ato de sábado, se afastar dos que pregam um açodamento e avançar nas relações com os setores da sociedade.

Nada igual
Nas mais de três décadas de colunismo político nunca vi nada igual no Acre. Nenhuma das passeatas feitas nas campanhas pelo PMDB, PT, PSDB, PP e outras siglas chegaram perto do publico do ato de sábado último. Mais de 20 mil pessoas foram às ruas num protesto pacífico.

Fatos a destacar
Três fatos a destacar: ao contrário das passeatas dos partidos não tinha ninguém pago, não foram colocados ônibus de graça nos bairros e, o mais importante: não ter havido violência.

Erra no atacado
O marketing do governo continua errando no atacado. Jamais deveria ter criado a patuscada de desqualificar o movimento como método para esvaziá-lo. Fez foi encorpá-lo com as críticas.

Erro pontual
O ato mostrou que, se haviam razões jurídicas para contestar o G-7, politicamente, foi errado se atacar membros do Judiciário. Eu contei 52 placas com frases de apoio a esses magistrados.

Medir os passos
Na política, qualquer decisão que se for tomar tem que se medir com dois passos na frente para saber os ganhos e as perdas. Isso se aprende no A-B-C do Jardim de Infância da política.

Até por isso
E até porque a questão do G-7 não será resolvida com ataques ao Judiciário, mas nos autos.

Isso é elementar
Erram os conselheiros do marketing do Tião Viana ao incentivá-lo ao enfrentamento. Quando se briga com o andar de baixo e vence, você não ganhou nada. E se perder, perderá muito.

Mais importante
O Tião tem de deixar o confronto de lado e tocar como vinha tocando programas importantes do seu governo que beneficiam grandes parcelas da população que, ele ganhará muito mais.

Não comemorem
Os dirigentes da oposição não comemorem nada. O ato também os pegou de cheio. Dezenas de placas eram de protestos contra os políticos, nos quais; os senhores também se incluem.

Acham isso?
Ou os cabeças da oposição acham que teriam prestígio de colocar uma multidão dessas nas ruas? Tentaram há poucos dias e só reuniram vinte pessoas, em frente ao Palácio Rio Branco.

Não os representam
Não caiam no engano que vocês representam aquela massa de protesto que foi às ruas. A oposição não tem hoje ninguém que consiga nem congregar internamente suas correntes.

E nada de novo
E também não tem um nome novo de carisma e que possa ser perfil para essa juventude.

Pesquisa do ibope
A pesquisa do IBOPE realizada em várias cidades mostrou que a revolta maior era com a classe política. Há políticos sérios? Há muitos, mas o povo já os colocou todos no mesmo cadinho.

Novo momento
A manifestação do Dia do Basta serviu para mostrar a força do facebook, dos sites, dos blogs, aos que duvidavam do seu poder como comunicação de massas, o tempo é da era digital.

Perderam a guerra
Pelo que se viu nas manifestações nacionais e a de sábado passado na Capital, os Delegados de Polícia perderam a guerra na opinião pública da PEC-37, e isso deverá influenciar o Congresso.

Fora de foco
Outra de minhas observações foi não ver nenhuma placa reivindicando algo sobre o preço das passagens de ônibus e nem uma frase de protesto contra o prefeito Marcus Alexandre.

Grata surpresa
Eu não acreditava. Mas, o Marcus está sim me surpreendendo, principalmente, num ponto: estar sempre presente nos bairros, o que acaba quebrando rejeições e evitando protestos.

 Grande contribuição
Nesse processo novo que vive o Brasil os tribunais eleitorais deveriam ser mais rígidos ao analisar denúncias de compra de votos e tirar os mandatos de quem conseguiu ilicitamente.

Ação destrambelhada
Foi fracassada a ação contra a deputada Maria Antonia (PP) comandada pelo ex-deputado José Bestene. A oposição não ganhou o voto que ele esperava e ainda perdeu a sua única deputada.

Ganho pessoal
Mas, teve um ganho pessoal: limpou o caminho para eleger o sobrinho Alisson Bestene (PP) a deputado estadual, que com a deputada Maria Antonia na chapa do PP, isso ficaria mais difícil.

Reforma política
Quem viu a fala da presidente Dilma ontem ficou certo que agora a reforma política passará. E podem apostar que, encabeçando essa reforma virá o fim das coligações proporcionais.

 Resquício da ditadura
O instituto das coligações proporcionais foi criado na ditadura militar para evitar o crescimento do então MDB. E leva para o parlamento pessoas com votações ínfimas puxadas pela legenda.

Novo frisson
Um novo frisson deverá tomar conta da opinião pública essa semana, para quando está prevista a sentença dos indiciados na conturbada e contestada “Operação Delivery”.

Hora de distensão
O governador Tião Viana deveria não aceitar mais orientações de confronto verbal com adversários políticos e membros do Judiciário. Porque isso não leva a nada. E não resolve as questões. Ganhará muito mais voltando aos municípios, se reunindo com os prefeitos, com o povo, mobilizando a classe política para um diálogo e retomando com mais vigor programas de grande alcance social como Ruas do Povo, Cidade do Povo, BR-364, entre outros. Isso, sim!.  

Por Luis Carlos Moreira Jorge